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Natal, Ano Novo e… Stress?

Imagem @alexnoiret

INSPIRAÇÃO

COMO LIDAR COM O STRESS DA ÉPOCA FESTIVA

E REALMENTE APROVEITAR O FINAL DO ANO

Biologicamente, temos tendência a dar mais importância às nossas emoções negativas. Precisamos do nosso esforço mental (aquilo que os humanos conseguem como ninguém!) para lutar contra esse destaque que damos ao negativo e mudarmos o as regras do jogo. Dezembro pode ser um mês muito complicado para estas sensações. O Natal e o Ano Novo interrompem a nossa rotina habitual e sabemos que a eles se associam muitos compromissos. As cidades tornam-se frenéticas, com toda a gente nas ruas às compras ou a ver as luzes de natal, o trânsito fica absolutamente caótico e pode ser terrível ir buscar as crianças ou chegar a casa depois do trabalho… Antecipamos a confusão dos dias de NAtal, o que ainda falta comprar ou o que teremos de cozinhar, os parentes com quem vamos ter de lidar, a “dieta”… Depois começamos a pensar que passou mais um ano, queremos fazer um balanço na cabeça daquilo que conseguimos, das novas resoluções de Ano Novo… Fiquei cansada só de escrever!

Para mudarmos estes sentimentos negativos, temos de mudar o nosso foco mental. É difícil, mas não é impossível. Temos de nos treinar a pensar no outro lado das coisas ou tentar deixar cair algumas coisas que, afinal, não são obrigatórias e podem tornar esta altura muito melhor - que afinal é o objetivo! Se a primeira coisa que lhe vem à cabeça quando pensa nas últimas duas semanas de dezembro é “problemas”, então algo precisa de mudar. Fique comigo.

Qual seria o melhor cenário possível?

Faça este exercício. Quer seja sobre a noite e o dia de Natal, sobre a passagem de ano ou até mesmo sobre aquilo que deseja para o próximo ano. Escolha a situação que sente que mais está na sua cabeça e imagine-a de forma perfeita. Tente ver o “quadro” do seu ponto de vista e depois externamente, observando-se a si com os outros nas situações que imaginou. Mantenha isso bem presente e deixe que o seu desejo conduza o que vai acontecer nas próximas semanas.

O que impede que isso aconteça?

Os dois fatores de stress mais comuns são tempo e dinheiro, sobretudo por causa da compra dos presentes, mas também da própria comida que pomos na mesa de Natal. Dependendo do seu trabalho, também pode ser forçada a trabalhar mais nesta altura. Sei que isso acontece em vários serviços e entendo perfeitamente que lhe cause um transtorno extra, até porque as pessoas estão mais impacientes e exigem mais, quando na verdade isto devia ser uma época de mais gratidão e entreajuda… O movimento das ruas e as luzes também não ajudam nada a quem é mais sensível e se sente ansiosa com facilidade. As ruas ficam demasiado cheia de pessoas, há luzes a brilhar ou a piscar em todo o lado, música pelas ruas… Em dias mais difíceis, estas coisas aparentemente inofensivas podem ser um choque. Se calhar, também está a pensar em familiares que não lhe apetece ver ou em possíveis atritos familiares… Não se sinta culpada, é natural alguma vez na vida pensarmos isso de alguém ou de algum compromisso familiar! Também deve estar a pensa já nos quilos a mais que vêm com estas festas. É um pensamento extremamente comum e involuntário, sobretudo nas senhoras, mesmo que saibamos que é o resto do ano que faz a grande diferença e não simplesmente o último mês.

Tudo isto são preocupações legítimas, mas que podemos tentar eliminar ou contornar.

Como posso resolver?

  1. Estabelecer prioridades. É muito comum nesta altura termos imensos compromissos. Muitos grupos de amigo a quererem marcar jantares, lanches, trocas de prendas… Isso junta-se ao que já tem de fazer para o seu natal, quer seja comprar presentes, ou preparar a casa para receber pessoas, ou cozinhar… Isto tudo misturado com o dia-a-dia “normal” que não para. Por isso, o melhor que tem a fazer é lembrar-se do cenário que imaginou como ideal e decidir uma coisa muito simples: Posso deixar cair algum compromisso, que eu não veja como essencial e me esteja a causar ansiedade? Não é uma falha fazer isso! É uma escolha muito humana e positiva.

  2. Esqueça o perfecionismo e peça ajuda. Se vai fazer um prato ou dar uma festa em casa, mentalize-se de que há coisas que podem ou vão correr mal. Festas perfeitas nem nos filmes! Por isso, pense naquilo que consegue fazer e não em tudo o que gostaria de fazer. Há uma diferença grande e tem de a perceber. Para além disso, não se iniba de pedir ajuda. Ao contrário do que pensa, as pessoas muito provavelmente vão querer ajudar e participar em tarefas, e não é vergonha nenhuma pedir ajuda. Muito pelo contrário: acho que só ajuda à verdadeira essência desta altura, que é o convívio e a partilha.

  3. Crie novas tradições. Se há tradições que a incomodam, porque não tentar mudá-las? De novo, pense no cenário que idealizou há pouco. Há alguma coisa que aconteça todos os Natais ou passagens de ano que não entre nesse cenário? Se a deixou de fora foi por algum motivo. É porque é algo desconfortável ou com o qual não se identifica. Isso não tem de ser um tabu. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Se calhar, dantes fazia sentido passar o Natal em determinado sítio e agora já não. Há pessoas que já partiram, outras que entram na família, e não é obrigada a sentir-se confortável com todas. Ou se calhar agora há muitos vegetarianos na família e não faz sentido ter isto ou aquilo à mesa, ou devem ter mais coisas, sem que os mais clássicos não torçam o nariz. Tente alterar esses hábitos que lhe fazem confusão da maneira mais suave possível, sem ferir ninguém e explicando as suas razões. Vai ver que só custa ao início e depois se sentirá muito melhor.

  4. Seja flexível. Nunca nada vai ser inteiramente à nossa feição, é a vida. Mas também não é suposto ser tudo ao contrário do nosso gosto. Devemos lutar pelo melhor, sem perder a noção de que, às vezes, vamos ter de nos contentar com um bocadinho menos. Há mudanças à última da hora, acidentes, pequenos problemas… Tudo isso faz parte. Não se deixe ir abaixo por causa disso, nem deixe que o seu “cenário ideal” seja derrubado. Mantenha essa imagem presente, sempre sabendo que está a com isso em mente e a trabalhar para isso, mas agradeça cada coisa que recebe - isso é fundamental para manter o seu espírito.

Queria mesmo sublinhar esta ideia final, da gratidão perante o que recebemos (ainda que pareça muito piroso). O foco é pensarmos positivamente e, para lidarmos com a negatividade que, naturalmente, vai surgir, quando algo não corre tal e qual como queríamos ou quando duvidamos das nossas capacidades, é a aceitação que nos permite respirar fundo e continuar.

Lembre-se que o seu cenário ideal pode demorar a chegar, mas só chegará se o mantiver bem presente e fizer por ele. Por isso, não desista!

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