Como Ter Uma Alimentação Intuitiva

ALIMENTAÇÃO INTUITIVA

BEM-ESTAR

ALIMENTAÇÃO INTUITIVA

A alimentação intuitiva tem vindo a fazer parte da minha vida ao longo dos anos. Como sei que o início do ano é altura em que muitas decidem começar uma dieta a sério, decidi escrever sobre o que é isto de alimentação intuitiva. Nos primeiros tempos não compreendia bem o que queria dizer comer desta forma… E nem me conseguia lembrar de ter comido algo que o meu corpo pedia (e não me refiro àquele pedaço de bolo, claro!). Uma dieta nunca ajudará a uma recuperação se for mentalmente restritiva durante um longo período de tempo.

A alimentação intuitiva afinal é bem mais fácil do que eu tinha pensado. Claro que comer desta maneira varia de pessoa para pessoa. A vida, o corpo, os hábitos e o passado de cada um são diferentes, e por isso o que funciona para mim pode não funcionar para si. Mas a minha visão da alimentação intuitiva é baseada em algo muito simples e, bem, intuitivo: como a comida nos faz sentir! 

Comer intuitivamente é comer aquilo que o nosso corpo nos pede… Ainda que sinta que o alimento em questão não se encaixa na nova dieta da moda. Os desejos alimentares são sábios e ao nutrirmos o nosso corpo com os ingredientes certos, ele agradece e responde com mais energia, com uma pele macia e saudável, com mais clareza mental, e tantas outras coisas boas! Corpo, beleza e mente trabalham em conjunto. Quando realmente começar a confiar nos seus instintos e a estar atenta aos sinais do seu corpo, a sua relação com a comida vai mudar de uma maneira profunda. E isso acaba por se refletir no seu corpo, daí o verdadeiro significado de brilhar de dentro para fora.

Ao comer sem sentimento de culpa, totalmente descontraída e com a sensação de estar a nutrir não só o meu corpo mas também o meu espírito, estou a comer intuitivamente.

 

COMO APRENDI A TRANSFORMAR A ALIMENTAÇÃO INTUITIVA EM ESTILO DE VIDA: 

Dar ouvidos à minha fome. Quando o corpo começa a sentir-se esgotado de nutrientes e energia, o cérebro é alertado e começa a enviar mensagens a dizer que está com fome. Ao reprimir esse instinto natural, vai apenas adiar o problema, arriscando-se a comer compulsivamente mais tarde para dar ao seu corpo uma solução rápida. O seu corpo não tem regras que definem quando pode ou não comer - elas estão na sua cabeça - e por isso é importante saber ouvir as suas necessidades. O corpo diz-lhe quando está bem e quando precisa de nutrientes para continuar a sentir-se forte. E é importante saber ouvir ambos os sinais.


Hidratar. Já me apanhei tantas vezes à frente do frigorífico, a deixar o ar frio invadir a minha cozinha, enquanto examino o seu conteúdo vezes sem conta. Se isso também lhe acontece e não tem a certeza do que quer comer, beba um copo de água ou uma chávena de chá. Ainda que não tenha sede, aproveite este momento para se libertar de qualquer preocupação sobre comida. Depois desta pausa, pode voltar a pensar no assunto mais tranquilamente.


Simplificar. Se eu me comprometer a ouvir o meu corpo, tenho uma nova perspetiva e algo mágico acontece - eu lembro-me de como comer. Deixo de me preocupar com o que a minha próxima refeição deveria ser versus o que eu gostaria que fosse, e com o que fazer quando as duas são diferentes. Em vez disso, procuro acreditar que vou adorar a comida e que ela me vai trazer benefícios, que me vai dar a sensação de estar saciada e realizada e que isso se vai refletir de dentro para fora. Quando comemos alimentos puros, essa simplicidade penetra em todas as esferas da nossa vida e ajuda a aliviar as emoções ligadas aos nossos hábitos alimentares.


Observe como se sente depois de comer certos alimentos - bons e maus. Tente criar este hábito na sua rotina. Sempre que comer um alimento, observe como se sente 10 minutos depois, 2 horas depois, no dia seguinte. Tome nota. Ele afeta o seu humor, níveis de energia ou a sua pele? Sente-se inchada ou com fome dentro de uma hora, ou leve e energizada? Sente raiva e ansiedade, ou amor e satisfação? Há vários fatores num alimento que são determinantes para a maneira como se vai sentir depois de o ingerir, e é importante saber jogar com eles para perceber o que faz bem ao seu corpo e à sua vida.

Mexa o seu corpo. Mexer-se todos os dias vai fortalecer a ligação que tem com o seu corpo e com a sensação de bem-estar que quer manter. O exercício físico é uma das melhores maneiras de aliviar o stress, que é por sua vez uma das razões para comermos emocionalmente, por isso dedique algum tempo a aumentar as endorfinas no seu cérebro, para voltar a sentir-se viva e conectada. É fácil preocupar-se com as questões práticas de como, quando e onde, mas procure uma atividade que faça sentido para si. A ideia não é suar só por suar. Vá apanhar ar fresco, trabalhe a sua respiração, passe tempo com amigos e sinta-se forte


Faça mudanças suaves. Na alimentação intuitiva, não existem listas boas e listas más. Definir alimentos proibidos dá-lhes poder e acabamos por nos sentir pior se eventualmente cedermos. Em vez disso, faça um esforço para preencher a sua vida com alimentos que lhe trazem sensações boas, que a deixam luminosa e fortalecida. Quanto mais comer destes alimentos, mais vontade vai ter de os comer para voltar a sentir-se bem.


Desfrutar. Ao nos comprometermos com uma ideia rígida de alimentação intuitiva, podemos acabar por nos sentir obcecadas. Eu não faço ideia do que o meu corpo está a pedir, e por isso a minha escolha vai estar errada. Obviamente que não posso sentar-me à frente de uma refeição e perceber exatamente do que precisa o meu corpo, o que a minha mente quer, o que estou a sentir e como conciliar os três. Mas aproveito este momento para levar tudo isto de que falámos em consideração. Simplifique e dê ouvidos ao seu corpo. Pense em alimentos que irão deixá-la satisfeita, tanto no corpo como no espírito, que a irão energizar ao mesmo tempo que a fazem sentir leve. Eu não tento descobrir o que o meu corpo quer a cada refeição. Em vez disso, confio na escolha que fiz e aproveito cada coisa que escolhi ter no prato.