A Vida Fora do Ecrã

BEM-ESTAR

SOBREVIVER ÀS REDES SOCIAIS

Acho que todas nós, e sobretudo quem depende das redes sociais para trabalhar, já sofremos o impacto negativo que nos podem trazer. Como mulheres, temos a pressão constante da imagem, de apenas partilhar imagens nossas em que estamos no nosso melhor. Comparamos os nossos bastidores com a realidade selecionada que cada um escolhe partilhar no seu feed. Ou seja, comparamos os nossos piores momentos com os melhores dos outros - porque são os únicos que vemos! Quando trabalhamos com redes sociais, sentimos a pressão de ter de dar algo novo constantemente a quem nos segue, tal é o volume de coisas que acontecem todos os dias online.

Já sofri muito mais com isso, mas continua a ser algo difícil de equilibrar na minha vida. Só gostava mesmo de passar aqui a mensagem mais importante: não se esqueçam da vida real! Essa é que é importante e é aí que está a nossa verdadeira felicidade.

Houve coisas que me ajudaram a deixar-me ficar menos refém dos feeds, dos scrolls, das notificações… A primeira de todas é o contacto com a natureza. Ar puro! Um passeio num jardim ou na praia, sobretudo antes das horas de mais movimento (para quem mora em grandes cidades) é fundamental para equilibrarmos o nosso espírito. Organizamos ideias, respiramos ar puro, estamos em silêncio e só connosco. O melhor mesmo é ir nesses passeios sem telemóvel - que escândalo, sair de casa sem telemóvel! É ridículo como nos temos de nos obrigar a fazer isso, já pensou? E, na verdade, que mal aconteceria ao mundo se nos ligassem e mandassem mensagens e durante uma hora não estivéssemos on? Absolutamente nenhum! E só nos faz bem a nós.


Outra coisa que é extremamente importante é banirmos o uso de ecrãs a partir do fim do dia. Temos de conseguir estar ocupadas com outras coisas: ler, desenhar, tricotar, arrumar, cozinhar - o que seja. Gosto de usar esta medida: pensar quantas vezes por dia toco no telemóvel. Às vezes, só clicamos no botão para ver as horas ou para ver se há uma notificação, de minuto a minuto. Temos de nos disciplinar a fazer isso muito menos vezes. É uma ansiedade que nos impomos com medo de estarmos a perder o que o outro está a fazer. E isso só faz com que perdemos momentos reais do dia-a-dia.  Apagar as aplicações de redes sociais ou chats do telemóvel, durante alguns dias, pode dar-lhe outra perspetiva. Vai ver que não é essencial estar sempre a verificar as suas redes sociais ou de responder imediatamente a todas as mensagens.

Concentre-se em si e na sua vida, para lá dos ecrãs, e não sinta a pressão de ser determinadas coisas, só porque os outros a estão a ver. No fundo, só tem de se impressionar a si mesma para viver feliz. E isso não deve ser difícil.